Por: Jéssica Mesquita
Esse ano eu vi o mundo mais mundo.
Profissionalmente, desbloqueei de vez a guia bilíngue. Falar de ecoturismo e seus elementos in english com propriedade e naturalidade me deu aquela satisfação de expansão. Mandei bem operando, incluindo trekking de dias, trocando com outras culturas a partir de outro idioma.
Mais que o mundo, eu também li o Brasil.
Através da Sueli Carneiro me letrei sobre as estruturas sociais e passei a enxergar a vida pelas lentes raciais com base científica mesmo.
Retomar o hábito da leitura foi a maior conquista do ano, a Jéssica que lia no trem durante o trajeto para o trabalho, reapareceu colocando livro na mochila.
Li produtividade, indigenismo, novas formas de se relacionar, o racismo e a colonização. Pensa!
A ignorância é uma dádiva, e a alquimia desses conhecimentos e experiências me trouxe dores e a consciência da responsabilidade nos espaços que ocupo.
Um dia meus olhos brilharam com a possibilidade do turismo de natureza ser ferramenta de justiça social, considerando o mundo que vi em 2024, termino acreditando que ele é apenas mais uma ferramenta de colonização e apagamento cultural nas áreas mais sensíveis do país.
O apagamento continua caminhando por trilhas curtas, longas, e todo tipo de atividade. Não importa o setor, a organização, a associação… tá na estrutura. Quem conhece, enxerga.
Desejo estar bem enganada, mas finalizo o ciclo anual, acreditando que o ecoturismo é a mais antiga/nova forma de epistemicídio.
Na busca da sabedoria pra lidar com essa visão em 2025. Bora!
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